Brenda é natural de Uberaba (MG), tem 24 anos, é filha de mãe empregada doméstica e de pai motorista, e tem dois irmãos. Nasceu, cresceu e vive na Vila Arquelau, bairro periférico da cidade. Sente na pele o descaso das elites regionais e do poder público municipal. Ainda que a sua vivência seja na periferia do interior mineiro, a qual não se assemelha às das grandes cidades, a realidade periférica brasileira sempre revela os seus graves problemas socioeconômicos.

É graduada em Serviço Social pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), experiência que a possibilitou vislumbrar as múltiplas necessidades do uberabense e do brasileiro. Inseriu-se nas discussões políticas desde muito cedo, participando ativamente do movimento estudantil. Mulher preta, jovem e trabalhadora, Brenda integra e é secretária política do Coletivo Negro Minervino de Oliveira (CNMO), espaço em que atua cotidianamente denunciando o racismo estrutural.

Devido a sua trajetória pessoal e política, Brenda deseja pautar ações que contemplem o povo trabalhador de Uberaba que não tem acesso a direitos básicos. Na saúde, por exemplo, os trabalhadores do município lidam cotidianamente com o descaso e o desrespeito da iniciativa privada e de seus gestores que querem acabar com a saúde pública.

Além disso, quer discutir políticas voltadas para as mulheres que são oprimidas diariamente em uma cidade tão conservadora como Uberaba. E, sobretudo, Brenda se coloca na linha de frente da luta cotidiana por uma sociedade mais justa, igualitária, antirracista e antimachista.

Beto nasceu em São Borja (RS), tem 50 anos, é casado e tem dois filhos. Seu pai trabalhava como bancário no Banco do Brasil, e a mãe era dona de casa. Trabalhou 22 anos no campo, mas também foi churrasqueiro, assessor sindical e trabalhador autônomo. Essa trajetória o pôs em contato desde muito cedo com a dura realidade do interior do Brasil, onde o esforço de muitos trabalhadores garante a riqueza de poucos patrões. É licenciado em História pela também Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e já atuou como professor na rede pública e privada.

Militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) desde a sua reorganização em Uberaba, no ano de 2010, Beto conhece a dura realidade dos trabalhadores e das trabalhadoras do campo e da cidade.  Além disso, experiencia os problemas enfrentados pela classe trabalhadora local, que sobrevive do seu baixíssimo salário. Entende o que é o descaso de um sistema capitalista injusto e desigual, cuja dinâmica é a de  favorecimento dos ricos, “em troca”, da  exploração do trabalho dos pobres.

Os trabalhadores de Uberaba, principalmente os que moram nas periferias e no campo, sabem muito bem das dificuldades: é o transporte público caro e de má qualidade; a educação sucateada com professores mal pagos; é a saúde sem recursos, com desperdício de material e constantes queixas da população; os bairros sem a infraestrutura mínima para uma vida  digna e decente, dentre outros problemas.

É por isso que Beto convida todos e todas a construírem, de maneira coletiva, o  Poder Popular. Pois só o povo organizado é que vai resolver os seus próprios problemas e transformar essa sociedade injusta numa outra que venha a acolher a todos, com justiça e dignidade.