Minas Gerais é o estado brasileiro que mais possuiu ferrovias, pois na falta de porto, a modernidade e o contato mais rápido com o mundo, a partir da segunda metade do século XIX se deu através de uma enorme malha ferroviária e suas estações. Foram as ferrovias que trouxeram o trabalho assalariado regular com salário mensal, a folga semanal entre outros benefícios para o trabalhador. Também trouxeram a possibilidade de escoar a produção, de abastecer a capital brasileira, o Rio de Janeiro, que na época já era uma metrópole, gerando dinamismo econômico para o estado.

A malha ferroviária fazia integração com o transporte fluvial no rio São Francisco, que também foi um sinônimo de integração do estado mineiro ao Nordeste brasileiro.

As ferrovias e a navegação brasileiras em vez de evoluírem e coexistirem com as rodovias que chegavam, foram abandonadas em função de opções equivocadas realizadas pela Ditadur Militar de se investir apenas em rodovias para atender as montadoras, a indústria petrolífera e o grande capital. Posteriormente, o golpe final veio com a privatizacnao, em 1996, pelo governo FHC, da malha ferroviária, que passou a a transportar apenas cargas, com exceção do trecho Belo Horizonte-Vitória, o único trecho ferroviário no Brasil que ainda transporta passageiros regularmente.

Como consequência, muitas cidades mineiras viram o seu protagonismo reduzir, perder empregos diretos e indiretos, além de desarticular o transporte que escoava de maneira barata a produção local e regional. Essas cidades perderam muito também por não ter um transporte para os cidadãos que pudesse conectar com outras cidades de maneira rápida, segura e confiável. Além disso, a população fica refém dos caminhoneiros, uma categoria explorada mas que não possui uma organização sindical coesa e unificada. A população fica refém dos caminhoneiros que, por sua vez, ficam reféns das empresas petroleiras estrangeiras.

Um dos motivos que impedem a retomada das ferrovias no Brasil é que esse setor exige investimentos de longo prazo, são medidas de Estado e não de Governo. Na política brasileira apenas o Senado tem esse perfil ao conceder mandatos de longos 8 anos e é nesse palco que Professor Túlio Lopes 210 (PCB) compromete-se a lutar para reestatizar, recuperar e reativar as ferrovias mineiras, criando as condições para a melhoria do transporte de cargas e de passageiros em Minas Gerais e no Brasil.