Arutãna Cobério Terena*

O país está triste pelo incêndio do Museu Nacional.

A tal de Nova Ordem Mundial tenta impor a sua lógica. O passado não importa. É necessário desmemoriar um povo, pois povo sem memória é fácil de ser dominado. A cultura, até entre gente de esquerda, passou ao segundo plano. É a forma que encontram para combater o único método de análise que se sustenta e explica o presente: o materialismo histórico e dialético.

Só conhecendo o passado; só conhecendo as premissas, teses e antíteses, e a síntese que sai vencedora no passado, compreenderemos o presente e podemos projetar o futuro. Mas, principalmente para comunistas, conhecer o passado social, econômico e cultural é fundamental para que defendamos que somente o comunismo trará felicidade ao ser humano. Hoje o que importa, para o Capital, é produzir e vender, inclusive a ideia de que importa apenas futuro tecnológico. O passado é velharia. Mesmo nas áreas do acúmulo do conhecimento filosófico, muitos, até os de esquerda, se esqueceram e não estudam a história do desenvolvimento filosófico que nos permite, hoje, ter uma real visão do mundo.

Quando o ato de ler é relegado ao pensamento de que é coisa do passado – acúmulo de conhecimento cultural pouco vale – o respeito ao passado da evolução da terra, incluindo a sociedade humana, perde sentido. Para que teatros, museus, bibliotecas, pesquisas sobre o passado? O negócio é o imediatismo, como se nós, como seres humanos e sociedade, não fôssemos o acúmulo de experiências, com erros e acertos, do passado. Até nos relacionamentos humanos, não se respeita a experiência de vida dos idosos; hoje tudo virou sucata. E todos dizem: Isso era no passado, hoje é diferente.

Veja a atual campanha do nosso Partido. Antigamente não se pagava, sequer transporte e alimentação, para sairmos às ruas gratuidade e de forma abnegada, para eleger camaradas do Partido. Mas alguns dizem: isso era antigamente, como se no passado nós não tivéssemos ter que trabalhar, estudar e, até, sustentar família. Por isso me alegra que os atuais militantes do PCB resgataram o fervor revolucionário.

Parabéns camaradas!

Vamos eleger uma bancada de comunistas, pois temos que aproveitar a tribuna da burguesia para difundir nossas ideias, organizar é conscientizar o povo trabalhador para a grande batalha final: a revolução comunista.

* Arutãna Cobério Terena é juiz aposentado, ex-presidente da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte com mandato pelo PCB. Atualmente é militante do PCB MG.