PRIVATIZAÇÃO DÁ FRUTOS: GOVERNO ZEMA AUTORIZA PASSAGEM DE R$ 5,30 NO METRÔ DE BELO HORIZONTE
Por Felipe Ferraz, militante da UJC e do PCB em Belo Horizonte
Romeu Zema autorizou mais um ataque à classe trabalhadora da Região Metropolitana de Belo Horizonte aprovando o aumento de R$ 0,80 na tarifa do metrô, que sobe de R$ 4,50 para R$ 5,30 a partir do dia 01 de julho. O reajuste visa o crescimento dos lucros da empresa que comprou a CBTU-MG 6 meses atrás, o Grupo Comporte. O que a medida ignora são as condições de vida da maioria da população, que já sofre com o alto índice de desemprego e o custo elevado dos alimentos e serviços básicos.
Até maio de 2019, quando o metrô ainda era estatal, a passagem custava R$ 1,80. Atendendo aos desejos do empresariado, Zema e Bolsonaro iniciaram uma jornada de ataques ao serviço de transporte, com 7 aumentos sucessivos da tarifa até atingir R$ 4,50 em 2021. Isso equiparou o preço ao que era cobrado pelo serviço de ônibus em Belo Horizonte e significou um aumento total de 150% no bolso de quem precisa se locomover para trabalhar, estudar, ter acesso à saúde, cultura e lazer, etc.
Garantindo a desmoralização do serviço público, o governo do estado avançou no processo de privatização em conluio com Bolsonaro e Paulo Guedes. A sanha neoliberal do governo, apoiada e propagandeada pelos grandes jornais, visou instrumentalizar uma pauta histórica da população trabalhadora da RMBH que é a expansão do metrô para o Barreiro, parada há décadas. O projeto privatista atrelou a expansão à concessão do serviço ao empresariado, sem que este tenha que desembolsar o custo das obras, que serão pagas com R$ 3,2 bilhões de dinheiro público.
Enquanto isso, o Grupo Comporte pagou apenas R$ 25,7 milhões no leilão do metrô, quando só os trens adquiridos em 2012 pela
CBTU custaram R$ 171,9 milhões. Uma transferência bilionária da renda dos mais pobres para o bolso dos mais ricos. Mesmo assim, os novos donos do metrô da RMBH já anunciaram que não pretendem garantir a linha do Barreiro antes de 2029!
O estelionato eleitoral que vem sendo cometido pelo governo Lula, evidenciado pelo Novo Teto de Gastos proposto pelo governo e aprovado na Câmara e no Senado, além do atraso no aumento do salário mínimo que poderia ter ocorrido logo em janeiro e o anúncio de ataque aos mínimos constitucionais para a saúde e educação, já é conhecido pela população de Minas Gerais desde o período de transição. Lula, que declarou durante a campanha que seu governo daria fim às privatizações, autorizou Alckmin a dar anuência ao leilão do serviço de metrô a preço de banana em dezembro, traindo a categoria de metroviários que o apoiaram em 2022 e toda a classe trabalhadora da RMBH.
Trabalhadores continuam em luta. Os novos donos do metrô se apoiam no acordo de privatização para defender o aumento mas descumprem as garantias feitas para metroviários, cortando o adicional de periculosidade, alterando o horário da jornada de trabalho e se recusando a negociar com a categoria. O Sindimetro-MG também vem denunciando a deterioração da saúde física e mental de trabalhadores decorrente da gestão privada.